ALA se suma a la preocupación regional por la posibilidad de que en Brasil el fascismo gane las elecciones

Ante los resultados de la primera vuelta de las recientes elecciones del gigante del sur, la Asociación Latinoamericana de Antropología (ALA) muestra su preocupación por la posibilidad de que una alternativa fascista gane la Presidencia de Brasil. Por esta razón, nos sumamos al comunicado de nuestra organización miembro, la Associação Brasileira de Antropologia (ABA), y coincidimos en que como practicantes de una disciplina que estudia la diversidad social, cultural y biológica en América Latina y el Caribe, y como investigadorxs que compartimos la condición de co-ciudadanía en esta región, es nuestro deber defender esa diversidad que nos hace humanxs ante una propuesta que pregona exterminar y perseguir la diferencia, es decir, la esencia del ser latinoamericano.

Les compartimos el comunicado de la ABA:

Nota da ABA pela Democracia e pelos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana

A Associação Brasileira de Antropologia vem manifestar sua profunda preocupação quanto aos destinos da democracia no país, e quanto à manutenção dos direitos fundamentais das pessoas inscritos no artigo 5 da Constituição Brasileira de 1988. É com profundo pesar que se faz ouvir neste momento político de eleições que definem os destinos do pais, narrativas e proposições verbais e em vídeos de incitação à violência, ao ódio e à discriminação racial e de gênero.

A ABA é associação científica criada em 1955, sem caráter político partidário ou religioso, que congrega mais de 2000 antropólogos e antropólogas que se dedicam à pesquisa, ao ensino e às atividades profissionais. A antropologia tem como vocação e profissão dedicar-se ao estudo científico das culturas e das sociedades, e assim de toda diversidade humana em seus contextos e ambientes.

O valor mais precioso de seu fazer é o reconhecimento da diversidade sócio cultural e da dignidade da pessoa humana, independente de raça, cultura, sociedade, classe, gênero, etnia, cosmologia ou religião. Neste momento de eleições circulam narrativas de caráter ao mesmo tempo homofóbico, misógino e racista e que anunciam o fim da liberdade de expressão. Defende-se a tortura, a licença de matar, as armas na mão.

É apresentado como aceitável o extermínio de toda a Rocinha, caso os bandidos não se entreguem. É apresentado como aceitável expulsar opositores políticos do solo brasileiro pela ameaça de fuzilamento. Tira-se o valor da dignidade humana de líder negro quilombola, ao atribuir-lhe peso em arrobas, e acusá-lo incapaz até de procriar. Enuncia-se que indígenas e quilombolas, não terão suas terras e territórios demarcados, sem sequer se fazer referência a estudos e relatórios que avaliem sua demanda.

A palavra de quem prega (ainda que verbalmente) expulsão ou fuzilamento de adversários políticos, extermínio de criminosos e cidadania desigual é uma ameaça à democracia e configura-se como invocação de um autoritarismo, ou pior, um fascismo. O valor da dignidade da pessoa humana foi conquistado internacionalmente como direito depois do horror da segunda guerra mundial.

A Associação Brasileira de Antropologia não pode se calar diante da ameaça à democracia e diante da ameaça à dignidade e igualdade da pessoa humana.

Brasília, 16 de outubro de 2018.

Presidência da ABA (Gestão 2017/2018) e Conselho Diretor da ABA

Puede leer la nota original y bajar el comunicado en PDF en el siguiente enlace:

http://www.portal.abant.org.br/2018/10/16/nota-da-aba-pela-democracia-e-pelos-direitos-fundamentais-da-pessoa-humana/
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Manifesto das Ciências Sociais em defesa da Universidade e do livre debate de ideias

Condenamos as iniciativas contrárias à livre manifestação de ideias de discentes, docentes, pesquisadoras e pesquisadores das universidades brasileiras. Repudiamos, em particular, as tentativas de restringir a livre manifestação e de impor a censura, nos termos já expressos pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral, pela Procuradoria Geral da União e pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público da União, entre outras instituições e atores conscientes da gravidade dos eventos ocorridos no dia 25 de outubro de 2018 e que assumem de maneira exemplar sua responsabilidade neste momento.

A Constituição brasileira garante a livre expressão de ideias. As universidades e ambientes de ensino e pesquisa são, no Brasil e no mundo, espaços caracterizados pelo livre embate de ideias. Ao mesmo tempo, os muitos problemas que o país enfrenta só poderão ser superados pela análise crítica do presente e dos processos históricos. É importante lembrar que essa análise tem sido, também, uma dimensão incontornável dos esforços para que os direitos de todas as pessoas sejam preservados.
Laços importantes conectam a democracia e os direitos fundamentais às universidades. Manifestamos aqui nossa preocupação, mas também nossa certeza de que a defesa da liberdade de expressão e de crítica encontra e continuará encontrando guarida entre todas e todos aqueles que compreendem que o futuro do país depende de condições democráticas para o ensino e para a pesquisa.

Atentas ao papel das Ciências Sociais e ao grave momento pelo qual passamos, unimos esforços para criar a Ouvidoria em Defesa dos Direitos Fundamentais. Atuaremos conjuntamente pela preservação do direito de cátedra e do livre debate nas universidades e contra violações dos direitos fundamentais de cientistas sociais no Brasil. Cerramos fileiras, também, em defesa do ensino público de qualidade, da pós-graduação, da pesquisa e de uma política de Ciência e Tecnologia pautada pelos princípios democráticos e da justiça e comprometida com o avanço do conhecimento.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS)
Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP)
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)

Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS)

Comentarios